O bebê é um ser em formação, obviamente,
e assim que nasce continua, fora do corpo da mãe, o seu desenvolvimento físico
e psíquico. Estes dois aspectos se desenvolvem de forma interligada, e é
importante observar algumas necessidades do bebê nas primeiras semanas de
nascido.
O ambiente é muito importante, é
preciso que esteja calmo e tenha prevalência de momentos de silêncio e
tranquilidade. Se você tem outra (s) criança (s) pode ser necessário conversar
com ela (s) a respeito das necessidades do bebê muito pequenininho e pedir que
fale baixo o máximo que conseguir, pelo menos durante os primeiros dias. Claro
que as crianças tem momentos de muita agitação, neste caso pode ser necessário
ter alguém que leve seus outros filhos para dar uma volta e extravasar as
energias. Também é preciso que você tente se manter neste clima de
tranquilidade. Pense em como ficamos quando entramos em um templo religioso, ou
um lugar que seja sagrado para nós. Ficamos em estado de respeito e reverência,
e o bebê precisa, nos primeiros dias de vida, que busquemos este estado na
nossa casa.
O bebê também precisa de
cuidados, claro, precisa que observemos se ele está molhado, se está com fome,
frio ou calor. Nos primeiros dias temos uma preocupação excessiva em achar que
o bebê sente muito frio. É preciso ter cuidado para não superaquecer o bebê,
ele sente um pouco mais frio que nós, mas quando está calor, eles sentem calor!
O bebê precisa sentir que seu corpo está quase sempre em um estado confortável.
Por isso é importante que se atenda prontamente o choro do recém-nascido,
buscando entender qual a sua necessidade e tentando saná-la. Nem sempre vamos
conseguir entender seus choros prontamente nestes primeiros dias, e isso não
tem problema algum. É só estamos à disposição do bebê para que ele sinta que seu
corpo recebe todos os cuidados de que necessita.
Nestas primeiras semanas é
interessante que o pequenino tenha um cuidador principal, que seja a mãe biológica
ou outra pessoa. Para ele é importante ter uma constância do cuidador, pois a
pessoa que cuida é como se fosse seu mundo. Como ele está começando a se formar
em todos os aspectos, é necessário que este mundo não varie muito em forma,
cheiro, som, forma de tocá-lo... Além disso, as defesas imunológicas do bebê
ainda estão em formação, e o contato com muitas pessoas o expõe a uma variedade
de micro organismos que o corpinho dele pode não dar conta.
O toque é uma necessidade vital
para o bebê, ele precisa do toque para continuar vivo e se desenvolver de forma
saudável. Não é apenas tocar sua pele com o objetivo de cuidar: trocar fraldas,
roupas, dar banho, dar o peito... Ele precisa ser tocado com interesse, precisa
receber carinho sem pressa e sem motivo. Nestes dias o bebê mama e dorme, basicamente,
e pode ser que a gente se esqueça de acaricia-lo, se preocupando com seu bem
estar (se está molhado, com fome, com cólicas) ou deixando-o em paz para
dormir. Você pode acariciá-lo enquanto amamenta, tocar suas costas, as
mãozinhas, o pezinho, a cabeça, sem pressa, apreciando a maciez daquele corpo
recém-saído do ventre. E pode também deixá-lo adormecendo no seu colo às vezes,
permitir que ele durma ouvindo o som do seu coração, sentindo seu peito arfar
com a respiração, sentindo seu calor. A Shantala, massagem para bebês, não é
recomendada para os pequenos antes de um mês de idade. Por enquanto o toque
leve e interessado pode dar o que o corpinho do bebê precisa para crescer bem.
Observe estas questões nos
cuidados com o seu pequenino no pós-parto e não se preocupe. Ouça seu
coração e suas intuições, tente se ouvir mais do que aos outros. Em alguns
momentos vamos precisar ouvir outras pessoas que tenham experiência em cuidados
com bebês, mas na maior parte do tempo você que está ali com seu bebê, vivendo
e cuidando dele o tempo todo, sabe o que fazer intuitivamente. Não se envolva
com os bombardeamentos de conselhos que todas recebemos quando estamos com
nossos bebês nos braços. Uma coisa que aprendi nestes meses de maternidade foi
ouvir o que parecia fazer sentido e depois analisar se aquilo poderia servir
para mim e meu bebê. Caso eu achasse que não, descartava o conselho sem nenhuma
culpa. Aproveite estes primeiros momentos da vida do seu filho, e tente com
todo o coração fazer com que sejam vividos na plena energia do amor.
Patrícia Loraine
Doula, Educadora Perinatal e Psicóloga em formação.